Muitas das vezes, um espírito que ama muito um outro, encarna para ajuda-lo na vida a superar determinadas provas que sem sua ajuda, iria resvalar para o insucesso da reencarnação. São espíritos que a rigor não precisariam mais reencarnar, e normalmente sabemos que os espíritos que atingem determinado patamar de evolução não necessitam mais reencarnar, mas eles tem uma peculiaridade que é a sua vocação para amar. Por amor então desejam reencarnar para ajudar um ou outros espíritos que são queridos do seu coração.
Como não precisam mais passar por determinadas provas por já terem atingido determinado patamar de evolução, reencarnam em famílias que lhes podem proporcionar determinado nível de bem estar material, e suprir suas necessidades imediatas, mas nem sempre é assim, a depender do ambiente e de quem pretendem ajudar, pois as vezes é necessário estar em uma condição adversa para ajudar alguém, o que para eles não é nenhum problema tendo em vista que tem sempre a noção de que algo muito melhor os espera do outro lado da vida.
Isso é perceptível na leitura do livro "AÇÃO E REAÇÃO" de Chico Xavier que procura demonstrar a relação existente entre passado e presente. Vida passada e vida futura, quando no mundo espiritual são delineadas as provas que são oriundas dos erros de reencarnações passadas. Quando a prova revela-se difícil de ser superada, pode ocorrer que um espírito outro familiar que tem a peculiaridade de muito amar o re-encarnante, peça para reencarnar ao mesmo tempo com a missão de ajuda-lo a superar as provas.
Nessa Re-encarnação, pode vir como conjuge, filho, mãe ou até um amigo próximo. Dessa forma seus destinos estarão entrelaçados e irão reencontrar-se mantendo um magnetismo que os unirá inapelavelmente.
Um livro escrito por Isabel Allende, filha do presidente deposto do Chile, Salvador Allende, livro esse que depois se transformou em um filme que tem o título "A CASA DOS ESPÍRITOS" relata uma história comovente de CLARA, um espírito evoluído que reencarnou com a missão de ajudar vários familiares. E como ajudou de diversas formas!
Por ser evoluída como espírito desde criança já manifestava diversas habilidades mediúnicas como premonição, cinestesia (Movimento de objetos por determinação de vontade), clarividência, vidência entre outros. Nascida em uma família de elevado nível social, não passou pelas dificuldades que marcavam a sociedade daquele contexto social.
O importante do filme em particular é a grande lição de vida que o filme apresenta. Nesse filme CLARA dá uma inequívoca demonstração para nós reles mortais que não temos como é óbvio suas capacidades evolutivas, do que é amar. Principalmente no seu relacionamento com o esposo que está em um patamar de evolução muito distante do dela e também muito inferior. Ela a despeito da grande diferença de evolução entre os dois mantém pelo esposo um amor que transcende tudo o que a nossa compreensão pode entender, mantendo uma visão superior que se sobrepõe a todas as aparências imediatas, e isso nos leva a uma reflexão a respeito de nossas próprias relações.
É um filme de uma beleza comovente e uma inestimável lição de vida.
A casa dos espíritos nos mostra que a vida dá muitas voltas, apesar de todos os erros que cometemos um dia poderemos resolver tudo com simples gestos. Basta reconhecer nossos erros e tentar corrigi-los.
Sinopse:A história do Chile da década de 20 aos anos 70 é contada através da saga da família Trueba, que começa com a união de um homem simples (Jeremy Irons), que fica rico, com uma jovem (Meryl Streep) de poderes paranormais. A saga se desenvolve até esta família ser atingida pela revolução, que no início da década de 70 derrubou o presidente Salvador Allende.
FICHA TECNICAInformações TécnicasTítulo no Brasil: A Casa dos EspíritosTítulo Original: The House of the SpiritsPaís de Origem: EUAGênero: DramaClassificação etária: 14 anosTempo de Duração: 145 minutosAno de Lançamento: 1993Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Paris FilmesDireção: Billie August
A RESPEITO DO LIVRO
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| Isabel Allende ao lado de Salvador Allende. |
A história se passa durante o século XX, contando passagens da vida dos descendentes da família Trueba, mais precisamente, de três mulheres que representam três gerações. O nome das três personagens remete à espiritualidade, visto que Clara, Blanca e Alba (matriarca, filha e neta, respectivamente) dão ideia de claridade, brancura. Justamente essa espiritualidade é que norteia toda a história, com inserções de ideais políticos e até críticas ao regime militar no Chile.
Esteban Trueba é um chileno que nasceu pobre e conseguiu crescer na vida depois que se casou com Clara Del Valle. Ele torna-se um próspero agricultor que explora trabalhadores em Las Tres Marías, sua fazenda, dando-lhes o mínimo para a sobrevivência. Considera que aquelas pessoas são fracas, precisam de um líder, e que os fracos não merecem ter riqueza e conforto, pois não estão preparados para isso.
Clara nasceu com poderes de telepatia, consegue mover objetos e comunicar-se com espíritos. Ela é ligada ao mundo sobrenatural, tornando-se uma mulher alheia às coisas materiais, por vezes parecendo até lunática. Como sua irmã Rosa faleceu, Esteban a escolheu para ser sua esposa. Ela deu à luz Blanca, que mais tarde foi deserdada pelo pai por ter se envolvido com Pedro Terceiro García, filho de um empregado de Las Tres Marías, que tem inclinações para o socialismo. Blanca torna-se mãe de Alba, que marca a terceira e última geração descrita no romance.
Clara enfrenta a bravura e total falta de sensibilidade de Esteban Trueda, Blanca tem de lidar com a impossibilidade de viver seu romance e Alba enfrenta o avô e a sociedade para viver seus ideais políticos e conviver com os acontecimentos de sua época.
Os dois filhos homens também são peças chaves da trama. Jaime e Nicolás foram educados em colégio interno e também não são favoráveis aos ideais do pai, que é senador da república. O primeiro forma-se em medicina e dedica sua vida para atender a pobres e moribundos e o segundo viaja à Índia e volta transformado em vegetariano.
Dois personagens enigmáticos são freqüentemente citados: “O Poeta”, que remete a Pablo Neruda e “O Candidato” que remete a Salvador Allende – para quem conhece um pouco a história política, social e cultural do Chile. Penso que esses dois indivíduos são citados assim, de forma implícita, para deixar claro que a autora está fazendo uma crítica à sociedade chilena do final do século XX. Visto que Esteban Trueda representa o político repressor, autoritário, de extrema direita e sua família representa os jovens com ideais de mudança, que, por terem acesso a informações vindas de outros lugares do mundo enfrentam a fúria de seu pai e da sociedade.
Clara recebe místicos e artistas no “casarão da esquina”, em Santiago. Um dos freqüentadores assíduos é “O Poeta”, que mais tarde se tornaria mundialmente conhecido. Jaime afronta seu pai ao apoiar “O Candidato”, que representa a esquerda que afronta a realidade política da época, iniciando uma nova história naquele país.
Com seu realismo fantástico, o romance pode ser comparado com a obra Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, principalmente no que diz respeito à passagem do tempo. Além de cada geração ser demarcada por uma mulher (Clara, Blanca e Alba) os personagens Pedro García, Pedro Segundo García e Pedro Terceiro García, também têm importância na trama – uma referência à saga da família Buendía, do autor colombiano.
A narrativa recorre à tática de descrever que Clara, além de suas atividades místicas, se dedica a escrever suas memórias em “livros de anotar a vida”, dando a ideia de que a autora utilizou os diários da personagem para contar a saga. Outro recurso interessante é a inserção de alguns capítulos em que Esteban Trueba narra em primeira pessoa, recontando alguns fatos sob sua ótica – essa, aliás, é uma característica da escritora encontrada em outras obras.
Talvez o mais extraordinário seja saber que se trata do primeiro romance de Isabel Allende. Ela o escreveu no exílio, durante a Ditadura Militar chilena.
